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1. |
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Ela é favela ela é favela ela é favela
Gata na luz elétrica
Segue a milimétrica ética do corre do nosso lar
Vai pelos becos sem guela,
Num dá mole a kojac
E já que tá, melhor é ficar naquela
Se conhece o destaque
De quem bom dia a cavalo dá
Futurista num futrica no buxixo
Cê num acha nada dela
Delícia favela
Cada degrau do escadão
Quem num sobe gela
Céu por cima se aproxima
Favela de fé de ferro de água
De mágoa lago de lágrima
À espera da notícia boa
Sob a benção da garoa
Qualquer pessoa que possa somar
Se pá perdoar doar
Ela é favela a quem quer que doa
Nobre não aristocrática
Mesmo no asfalto é telúrica
Se auto socorre
Córrego carrega tudo que não serve mais
O embaçado é que as vezes volta atrás
Traz à tona
As mixas dos demais deu a cota
Desce sem escolta
Longe de escuta dispensa espreita
Tá esperta
Meio que já sabe onde é que vai acabar
Favela de pó, conta na mão
Tem com quem contar
Confiar demora
Num tem motivo pra num ser assim
Não quer saber de babado e sim do pé do moio
Pra num deixar azedar
Malícia favela
Pode olhar num vem medir encarar
Nem patroa
Ali é cara ou coroa
Preparada pra notícia má
Favela num reclama a toa
Favela
O seu pipa aterrisa no coração
É ela
Quem num rouba minha brisa faz furacão
Ela é favela ela é favela ela é favela
Ela é favela ela é favela ela é favela
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2. |
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Hoje ninguém vacila no parquinho
Hoje todo mundo nasce adulto
Hoje ninguém se entrega de bandeja
Hoje na lancheira esse trabuco
Hoje ninguém dá ouvido a passarim
Hoje todo mundo meio surdo
Hoje ninguém abaixa um pouco o vidro
Hoje eu sei que é isso
E nem discuto
Ontem pulei do viaduto
Hoje ninguém transpira no inferninho
Hoje com cafuné já sai mais caro
Hoje ninguém se acaba sem notícia
Hoje sumir de vista é um troço raro
Hoje toda canção nasce calada
Hoje contra-filé de carne humana
Hoje maninho janta rivotril
Hoje eu sei que é isso
E isso é tudo
Ontem pulei do viaduto
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3. |
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Se quer saber o gosto do asfalto
Um belo almoço dá
Se perguntar quão doce é a sarjeta
Só serve pro jantar
Bueiro sujo até que mata a sede
Se a chuva não parar
Um para raio apaga uma cidade
Carrega o celular
Fumaça bem cheirada
Não recicla o barato que ela dá
Fumaça bem guardada
Não acende o fogo que não quer queimar
Asfalto congelado
Não alivia a fome que no sangue dá
Asfalto bem cavado
Não evita que se continue a cavar
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4. |
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Pra cá laranja, laranjal
Tá lá laranja onde se vê
Catar laranja e viver de vender
Leva laranja pra você
Que tem laranja a dar com pau
Pé de laranja e tem canavial
Laranja, mexerica,
Galego, cravo, lima,
Siciliano, taití
Tudo família
Laranja, mexerica,
Bergamota, cravo, lima,
Siciliano, Taití
Tudo família
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5. |
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Aquela moça que subia a rua
Olhou pra outra
Falou pro mano:
- Eu já peguei ela, aliás, converti ela
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6. |
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Se você não quiser chegar
Eu tenho pressa
Se você não quiser ver o mar
Eu tenho pressa
Sentado à beira da praia e olhar o horizonte a vista
Eu tenho pressa
Sentado à beira da praia e olhar o sol se pôr
Eu tenho pressa
Se você quiser ver o mar
Se você quiser caminhar
É só falar comigo
Eu tenho pressa
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7. |
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Venha até aqui pra ver o sol
Escalando a antena de TV
Alto da Lapa, Jaguaré
Do Jaraguá pra mirar no Tietê
Venha até aqui ouvir o som
Música, toque de celular
Estar na mira e mirar
Um torpedo teleguia o olhar
GNT Record SBT
Enferruja um rio (inferniza o rio)
Entorta eu e você (entope eu e você)
Vivo encurralalma
Alto claro armada
Fala
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8. |
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Minha flor e refém
Tens cor comigo
O presente que vem
É aquele novo amor antigo
Minha flor e refém
Tens cor comigo
O presente que vem
É aquele novo amor antigo
Todo não é também
Todo não é também
Veremos o céu de luneta
Não vás, preta
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9. |
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Vou filmar no momento que acontecer
E vou mandar pela rede do meu celular
Pra pôr pra render
Vou jogar no mural sem querer saber
Vou vigiar o andamento de tudo
E quando for, eu direi
O encontro é na praça em frente ao conselho
Minha voz vai sair do escuro
A razão vai perder o prumo
Pois tem fulano que faz de tudo
Pra não ver o mundo andar
Eu tô aqui pra provocar
Eu tô aqui pra desprender
Eu tô aqui na contramão
Pra derrubar
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released December 12, 2011
produzido e idealizado por Thiago Rabello e Rafa Barreto.
Gravado entre maio e setembro de 2011, na Oca - Casa de Som, em São Paulo, exceto gravações feitas por Fabio Barros e Rovilson Pascoal.
Todos os arranjos foram concebidos coletivamente pelos músicos envolvidos em cada faixa.
Mixado por Thiago Rabello e Rafa Barreto, na Oca - Casa de Som, em São Paulo, em outubro de 2011.
Masterizado por UE Nastasi, no Sterling Sound, Nova York, out. de 2011.
Produção executiva: Dani Gurgel e Emilie Bloch.
Criação da capa: Dani Gurgel e Emilie Bloch
Faca, projeto gráfico e diagramação: Dani Gurgel
Thiago Rabello usa baterias Pearl.
Participação de Dani Gurgel gentilmente autorizada pela Borandá.
Some rights reserved. Please refer to individual track pages for license info.